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O médico Cícero Valdizébio Pereira Agra foi condenado pelo crime de violação sexual mediante fraude contra duas vítimas mulheres atendidas no consultório dele, em Crato. Somadas, as penas chegam a seis anos e cinco meses de reclusão.
A decisão foi proferida na 1ª Vara Criminal da Comarca de Crato, na última sexta-feira (19). Ao réu foi fixado o regime semiaberto para o início do cumprimento da pena. Os crimes foram registrados em 2021.
A reportagem entrou em contato com a defesa do médico, representada pelo advogado André Jorge Rocha de Almeida, que disse que irá recorrer da sentença. Já o advogado das vítimas, Aecio Mota, afirma que agora o próximo passo é buscar reparação dos danos por meio das ações cíveis.
"Infelizmente não foram observadas as provas juntadas nos autos de forma criteriosa e, por isso, não pactuamos com a decisão, até porque está eivada de falhas e erros jurídicos, inclusive com aplicação de tese já ultrapassada pelo Superior Tribunal de Justiça. Iremos interpor recurso para que seja feita justiça, já que, neste caso, infelizmente, verificamos o populismo penal em detrimento da aplicação da legislação de forma mais escorreita"
Defesa do médico, advogado André Jorge Rocha de Almeida
"A condenação do médico é um alento para as vítimas. A gente fica aliviado por ter sido feita a justiça, mas em um caso como esse, não há motivos para comemoração. O nosso sentimento é muito mais de alívio pela decisão condenatória.
Eu friso ainda que as vítimas, até hoje ainda sofrem psicologicamente com o que aconteceu com elas. Ressalto também que ainda existem pendentes ações cíveis de reparação por danos. O próximo passo agora é buscar a reparação pelos danos causados às vítimas"
Advogado das vítimas, Aécio Mota
Há quase um ano, no dia 26 de julho de 2023, aconteceu no Fórum de Juazeiro do Norte a primeira audiência acerca da ação cível com pedido de indenização a partir dos crimes sexuais. Trechos da sessão vieram a público após reportagem do Diário do Nordeste devido às falas do juiz que conduzia a audiência, Francisco José Mazza Siqueira.
Em determinado momento da sessão, uma das depoentes ouviu o magistrado dizer: "tinha aluna que chegava se esfregando em mim...esfregando a vagina em mim… aqui não tem criança, aqui é todo mundo adulto... e dizia professor não sei o que.. E eu dizia: minha filha é o seguinte: quando eu deixar de ser seu professor, você faça isso aqui comigo".
Com informações do Diário do Nordeste
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