Foto: Reprodução/Gazeta do Cariri |
O lixão do município do Crato foi desativado nesta sexta-feira (30), após registros recorrentes de incêndios no local. Agora, com a suspensão do lixão, os resíduos poderão ser descartados em uma dispensa temporária localizada em Juazeiro do Norte.
Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, o procurador do município do Crato, Rennan Xenofonte, explicou que o edital de contratação de uma empresa que trabalhe com aterro sanitário foi publicado.
“Nós vamos contratar um aterro sanitário que vai dar a destinação final para esse lixo e vamos começar a recuperar aquela área que foi degradada ao longo do tempo. A primeira contratação, de caráter emergencial, terá duração de 90 dias”, pontuou.
O prazo máximo para a contratação da empresa é de cinco anos.
A convocação, conforme Xenofonte, será custeada com recursos do município, ou seja, o valor da contratação não será repassada à população. Ele reforça que, o valor mensal do aterro temporário contratado pelo município é, aproximadamente, R$ 220 mil.
O município produz, diariamente, cerca de 70 a 80 toneladas de resíduos sólidos. Estes eram encaminhados, anteriormente, ao lixão municipal, contudo, o material está sendo descartado no aterro temporário.
Questionado se a contratação da empresa de resíduos implicaria na saída do Crato do Consórcio Para Gestão dos Resíduos Sólidos, Rennan mencionou que não e que “a integração do Crato com o consórcio vai baratear os custos do recebimento, triagem e destinação final dos resíduos sólidos”.
“Nós vamos ter uma integração com os outros municípios que formam o comares e todas as ações vão ser feitas de forma conjunta nos sentido de dar a destinação final ao lixo com um custo mais barato possível”, complementa.
O secretário do Meio Ambiente do Crato, George Borges, explicou que até o dia 3 de setembro será lançado o processo licitatório definitivo para a contratação pré-definitiva da empresa.
“A partir de então, o município, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, vai começar a tomar as medidas para a requalificação da área, executando o Plano de Recuperação de Área Degradada”, esclareceu George ao O POVO.
Ele destacou, ainda, que o lixão recentemente desativado recebia o lixo coletado pelo Crato, mas, algumas empresas, de forma irregular, descartavam os resíduos no local.
“O novo aterro só vai receber o lixo que é coletado na cidade. As empresas que tenham domicílio no município precisam ter o Programa de Recuperação de Resíduos Sólidos para contratar o aterro particular. A obrigação do município é coleta residencial, da casa da população”, pontuou.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) informou, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Crato, que aguarda resposta do município do Crato sobre o caso, tendo em vista que o prazo para manifestação da gestão municipal não expirou.
"Entre os dados solicitados estão a data de encerramento do "lixão", para onde os resíduos estão sendo encaminhados, quais medidas mitigadoras estão sendo adotadas em relação à poluição direta ocasionada no local e se já foi dado andamento a projeto/execução de Plano de Recuperação da Área Degradada (PRAD)", afirma o MPCE em nota.
No início de agosto, o lixão do Crato registrou uma ocorrência de incêndio. Os trabalhos para controlar o fogo e dissipar a fumaça duraram mais de uma semana.
À rádio O POVO CBN, a Prefeitura do Crato informou que a ocorrência registrada no começo do mês de agosto foi a maior registrada na localidade.
A pasta do Meio Ambiente alegou que a origem do fogo foi resultado de uma ação criminosa e revelou que investigações para identificar os autores da ação estão a cargo da Polícia Civil do município.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente do Crato, George Borges, a presença de gás metano no local colabora para que o lixão registre, anualmente, focos de incêndio.
Com informações do jornal OPOVO
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