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Consumidores de Juazeiro do Norte, denunciam que motoristas de aplicativos têm cobrado valores extras nas viagens. Uma cliente que prefere não se identificar relata que, em alguns casos, a cobrança extra dos profissionais eleva o preço final da corrida ao dobro do valor regular.
"Tentei por volta de quatro vezes, com quatro motoristas diferentes, acionar uma corrida que dava um valor de aproximadamente R$ 20, R$ 21. E assim que a corrida era aceita, eles imediatamente mandavam uma mensagem perguntando o preço, e coincidentemente esse preço era de R$ 40, ou seja, o dobro ou mais que o dobro do valor da corrida", afirmou.
A mulher reforça que não foi a primeira vez que isso aconteceu. "O ano passado eu precisei fazer uma corrida, já era tarde, já era 10 horas da noite, e eu me lembro que o motorista me cobrou um valor de R$ 10 a mais", conta.
O presidente da Associação dos Motoristas do Cariri, José Wellington Bezerra, confirma que a cobrança é feita, mas afirma que a plataforma não repassa um "valor justo" aos trabalhadores. Então, cobrar do cliente seria uma forma de compensar a corrida.
"Houve agora um aumento de combustível, de gasolina praticamente R$ 6,45 litros, enquanto a viagem para o motorista já sai a R$ 6,50, ou seja, não paga. Se você for botar um ponto lápis, não paga. Então, infelizmente, a categoria torna-se obrigada a pedir sempre aquele valor extra, R$ 3, R$ 4, R$ 5 no valor extra", justifica.
Para o advogado João Ribeiro, especialista em direito do consumidor, apesar do argumento dos motoristas, a prática é considerada ilegal. Conforme o advogado, essa atitude não é lícita, já o Código de Defesa do Consumidor "é claro" ao dizer que a propaganda vincula a proposta que ele faz ao consumidor direto, que seria no caso quem está contratando o motorista por aplicativo.
"O valor da corrida, seja de R$ 6, R$ 10 ou R$ 20, aquela propaganda vincula a proposta vincula o motorista a cobrar somente aquele valor. O cliente que se sentir lesado com a cobrança indevida pelo motorista pode procurar diretamente a plataforma do aplicativo de viagens. Caso não seja resolvido por lá, o meio é procurar o Ministério Público através do Decon e assim buscar alternativas por meios judiciais", afirmou.
Com informações do G1 CE
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