Foto: Arnaldo Araújo/SVM |
Bactérias e vírus que causam diarreia, entre outros sintomas, foram encontrados na água e comida de uma fábrica em Morada Nova, no interior do Ceará. As informações foram compartilhadas pela Secretaria da Saúde do estado (Sesa), nesta quarta-feira (27), duas semanas após o surto de infecção em massa que adoeceu mais de 700 funcionários.
Após análise das amostras biológicas, o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) identificou, entre os patógenos de importância para a saúde pública, quatro cepas da bactéria Escherichia coli e Rotavírus A.
A Sesa informou ainda que a verificação do material coletado nos alimentos constatou a existência das bactérias Bacillus cereus e Estafilococos coagulase positiva em alguns produtos. Já na avaliação da água, foram detectadas bactérias do grupo coliformes totais e Escherichia coli.
A Secretaria disse que realizou uma série de ações após ser notificada, no dia 14 de novembro, sobre o surto de Doença de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) na fábrica. O município de Morada Nova já recebeu os laudos e todas as orientações necessárias da Secretaria. A empresa será autuada e responderá a processo administrativo sanitário.
Técnicos da Sesa realizaram investigação epidemiológica em campo, inspeção sanitária e entrevistas com mais de 400 funcionários da fábrica. A Sesa também coletou, em conjunto com equipes do município, amostras de água, de alimentos e de material biológico de pessoas que apresentavam sintomas da infecção. Com as medidas de contingenciamento, o órgão estadual garantiu que o surto foi contido.
Em nota, a Coopershoes disse que não foi notificada oficialmente sobre os resultados das análises realizadas pela Vigilância Sanitária na fábrica.
"É importante destacar que toda a água utilizada na fábrica, até a data em que os primeiros casos foram identificados — tanto para consumo quanto para o preparo dos alimentos — provinha do fornecimento de água pública do SAAE, o mesmo órgão que abastece também o município", disse a Coopershoes.
Ainda segundo a empresa, uma investigação paralela realizada por um laboratório contratado por ela identificou que a água já estava contaminada antes de chegar às instalações da fábrica.
"Assim que os primeiros casos foram reportados, a empresa adotou medidas imediatas, substituindo os bebedouros por água mineral e alterando o processo de higienização dos utensílios utilizados na alimentação dos colaboradores. A empresa também implementou outras ações para garantir a saúde e segurança de seus funcionários".
Mais de 700 funcionários infectados
Ao todo, cerca de 730 funcionários infectados em uma fábrica de calçados localizada na cidade apresentaram sintomas como diarreia, vômito e febre. Eles denunciaram que água da empresa estava contaminada. Os pacientes superlotaram UPAs e hospitais da região.
Os trabalhadores receberam diagnósticos que vão desde leptospirose até infecção gastrointestinal.
Também houve registro de pessoas procurando unidades de saúde por infecção em Ibicuitinga, cidade vizinha a Morada Nova. Esses pacientes também são pessoas que trabalham na mesma fábrica.
Com informações do G1 CE
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